quinta-feira, 12 de agosto de 2010

01 - O Leão e as outras feras

Certo dia o leão saiu para caçar junto com três outras feras, e os quatro pegaram um veado. Com a permissão dos outros, o leão se encarregou de repartir a presa e dividiu o veado em quatro partes iguais. Porém, quando os outros foram pegar seus pedaços, o leão falou:
- Calma, meus amigos. Este primeiro pedaço é meu, porque é o meu pedaço. O segundo também é meu, porque sou o rei dos animais. O terceiro vocês vão me dar de presente para homenagear minha coragem e o sujeito maravilhoso que eu sou. E o quarto...
Bom, se alguém aí quiser disputar esse pedaço comigo na luta, pode vir que eu estou pronto. Logo, logo a gente fica sabendo quem é o vencedor.

Moral: Nunca forme uma sociedade sem primeiro saber como será a divisão dos lucros.

FÁBULAS DE ESOPO. São Paulo, Companhia das Letras, 1994.

Com base no texto, percebe-se que o leão é:
(A) descontrolado.
(B) esperto.
(C) implicante.
(D) nervoso.


02 - O Conto da Mentira

Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”.
A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe gente de madeira!”.O pai de Felipe também conversa com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!” Felipe ficava pensativo.
Mas, no dia seguinte. Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado.O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”. A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio.
Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...

AUGUSTO, Rogério. FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo. Miniconto. Folhinha 14 jun. 2003. F8 C1 -1.

Com base no texto, pode-se dizer que Felipe, quando era criança, costumava
(A) escrever.
(B) estudar.
(C) obedecer.
(D) mentir.



03 - “Eu quero o meu café”


“Eu quero o meu café”,
Assim falou o gigante,
“Na hora que eu despertar,
logo que eu me levante”.
“Ouçam todos na cozinha”,
continuou o gigante,
“eu mato quem não matar
minha fome num instante!”
“Não quero saber de mingau,
nem de ovos, nem de pão.
Eu quero o que eu quero
E quero um bocadão.”
“Cem panquecas com geleia,
nem uma a menos ou a mais,
que só assim a minha pança
fica cheia e eu fico em paz.”


GOODE, Diane. O Livro dos Gigantes e dos Pequeninos. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2001.

De acordo com o poema, o gigante, quando acorda, quer comer
(A) mingau.
(B) ovos.
(C) panquecas.
(D) pão.



04 - Xisto Cavaleiro Andante

EL-REI Magnoto decidiu armar Xisto cavaleiro andante, apesar de não
ter este ainda vinte e um anos, conforme exigiam as regras da cavalaria.
Segundo o ritual, o candidato deveria não só passar em orações a véspera
do dia marcado para a cerimônia da sagração, como também tomar
um grande banho, a fim de purificar o corpo.
Ora, aconteceu que, ao entrar na água, Xisto achou-a tão fresquinha
e gostosa que começou a dar mergulhos no grande tanque de pedra,
fingindo de peixe... Durou tanto a brincadeira que o rapaz acabou se
resfriando e apanhando uma tremenda gripe. E, com isso, a cerimônia
teve de ser adiada... O moço ficou febril e completamente rouco.
“Xisto, Xisto, você está melhor? Já entrou numa boa?” perguntou Bruzo.
O pobre gripado, inteiramente afônico, murmurou qualquer coisa. Percebendo
que seu amigo estava sem voz, o futuro escudeiro de Xisto
começou a falar baixo também, aproximou-se da cama e sussurrou-lhe
perto do rosto:
“Desejo que você sare logo, ouviu? Amanhã vou ao Pico das Estrelas e
vou trazer um pouco de mel de abelhas pra você.
Nada...

COELHO, Neto. Contos Pátrios. Ensino da Língua Portuguesa Através de Exercícios. Curitiba. Arco-Íris, 1988

A cerimônia em que Xisto seria armado cavaleiro foi adiada porque ele
(A) ficou brincando na água fresquinha e se gripou.
(B) ainda não tinha vinte e um anos completos.
(C) passou a noite da véspera orando como pedia o ritual.
(D) se machucou mergulhando no tanque de pedras.




05 - Uma mania meio esquisita

As lontras gostam muito dos rios que têm grandes pedras. Elas
costumam fazer cocô nessas pedras para marcar o território. É
pelo cheiro que as outras lontras identificam se aquela pedra já tem
dono ou não. Pra gente, isso parece esquisito, mas pode apostar
que funciona.
Outra coisa que dá certo para esses animais é abrigar-se quando
algum perigo está por perto. As lontras se escondem em buracos
que elas mesmas cavam ou que já existem nas margens dos rios.
Em geral, esses buracos ficam encobertos pela vegetação.
Os esconderijos preferidos das lontras são as fendas naturais das
rochas e os paredões rochosos, como é o caso de rios da Mata
Atlântica. No Pantanal, ao longo do rio Paraguai ou em certos rios
pequenos, que são chamados localmente de corixos, elas fazem
tocas e buracos nos barrancos e nas margens.Infelizmente, a lontra
é mais um animal que corre risco de extinção. A principal causa do
desaparecimento da espécie é a destruição do seu habitat, ou seja,
sua casa e vizinhança. No caso da lontra, significa a devastação das
florestas que margeiam os rios e a poluição das águas.

Outras ameaças a esse animal são a caça para a venda da pele, a
substituição da vegetação original por outras plantações diferentes
daquelas as quais ele está acostumado e o desaparecimento de
peixes e caranguejos, por causa do esgoto e do lixo que o homem
joga nas águas dos rios. Devemos lembrar que o peixe e o caranguejo
constituem a alimentação de muita gente.
Para salvar as lontras da extinção é necessário proteger os lugares
onde elas vivem e de onde tiram seus alimentos. Em outras palavras,
isso quer dizer: preservar as florestas e conservar os rios
limpos.

Ciências Hoje das Crianças, Ano 10, Nº 75, 2ª ed, com adaptações.

A expressão “esse animal” (linha 19, 4º parágrafo) se refere à palavra
(A) lontra.
(B) homem.
(C) peixe.
(D) caranguejo.






06 - O Menino Rico


Nunca tive brinquedos.
Brinco com as conchas do mar
e com a areia da praia
brinco com as canoas dos coqueiros
derrubadas pelo vento.
Faço barquinhos de papel
e minha frota navega nas águas da enxurrada.
Brinco com as borboletas nos dias de sol
e nas noites de lua cheia
visto-me com os raios do luar
e na primavera teço coroas de flores perfumadas.
As nuvens do céu são navios
são bichos, são cidades.
Sou o menino mais rico do mundo
Porque brinco com o universo
porque brinco com o infinito.



NASCIMENTO, Maria Alice do. O diário de Marcos Vinícius. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1985.

O texto fala das brincadeiras de um menino. Ele se acha o menino mais rico
do mundo porque:

(A) ele pode brincar com as conchas na areia da praia.
(B) ele transforma tudo o que existe à sua volta em brincadeira.
(C) os barquinhos de papel navegam na enxurradas com sua frota.
(D) os brinquedos tradicionais deixam a criança infeliz.




07 - PIZZA

Quem é que não gosta de uma pizza cheia de queijo e variados recheios? Hummmm! Só de pensar dá até água na boca. E difícil de acreditar, mas essa famosa delícia é saboreada há muito tempo. A primeira notícia que se tem do alimento tem mais de seis mil anos!
Acredita-se que os egípcios foram os inventores da massa da pizza. Eles misturavam farinha com água. Outra hipótese é a de que os gregos sejam os pioneiros. Eles faziam massas com farinha de trigo, arroz ou grão-de-bico e as assavam em tijolos quentes. Com o tempo, a invenção foi parar no sul da Itália.
Era um alimento muito comum nas classes mais pobres da população. Foram os italianos da cidade de Nápoles que passaram a acrescentar molho
de tomate e orégano à massa. Eles a dobravam ao meio e comiam como se fosse um sanduíche. Não demorou muito para que o alimento fosse servido na corte de Nápoles. A partir do século XVI, tornou-se uma comida dos nobres, que, como tinham mais dinheiro,
passaram a rechear as pizzas com diversos alimentos como ovos, pedaços de linguiça e queijo. Logo, a delícia se espalhou pelo mundo. A primeira pizza redonda, como conhecemos hoje, foi feita em 1889 por Raffaele Sposito, especialmente servida à Margherita, rainha
da Itália. A pizza foi enfeitada com queijo, manjericão e tomate, alimentos que têm as cores da bandeira italiana: branco, verde e vermelho. Hoje, temos pizzas de tantos sabores que são até impossíveis de se imaginar. Tem de chocolate, banana, bacon, milho, cebola, calabresa... Que delícia!

Fontes: www.guiadoscuriosos.com.br e www.babbogiovanni.com.br - Correio Braziliense, Este é Meu, Quinta-feira, 6 de junho de 2002. p. 4

No trecho “Eles a dobravam ao meio” (l. .9), a palavra sublinhada refere-se aos
(A) egípcios.
(B) gregos.
(C) italianos.
(D) nobres.



08 - Pardalzinho

O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram – lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa.
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão;
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No Jardim, a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!

BANDEIRA Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro. Nova Aguilar 1983 p.265

A frase que expressa opinião é

(A) “Quebraram-lhe a asa.” (v. 2)
(B) “Sacha lhe deu uma casa” (v. 3)
(C) “A casa era uma prisão.” (v. 6)
(D) “O pardalzinho morreu.” (v. 7)





09 - PATO DE SAPATO


Era uma vez um pato
Que queria um sapato.
Como só nadava o dia inteiro,
Não tinha dinheiro.
Resolveu, então, tocar violão.
E de feira em feira
Juntou um milhão.
Comprou o sapato
E resolveu a questão.
— Vou voltar para a vida boa! — pensou.
E mergulhou na lagoa.
Logo se aborreceu, de fato!
Não conseguia nada
Com o peso do sapato.
Mas teimoso como era
Não se arrependeu do seu ato:
— Vou trocar por um pé-de-pato!


Revista Recreio Especial. Era uma vez... nº 01. São Paulo: Abril, p. 31

Com base no poema, pode-se dizer que o pato era

(A) miserável.
(B) orgulhoso.
(C) preguiçoso
(D) persistente.




10 - O Galo e a Raposa

No meio dos galhos de uma árvore bem alta um galo estava empoleirado
e cantava a todo o volume. Sua voz esganiçada ecoava
na floresta. Ouvindo aquele som tão conhecido, uma raposa que
estava caçando se aproximou da árvore. Ao ver o galo lá no alto,
a raposa começou a imaginar algum jeito de fazer o outro descer.
Com a voz mais boazinha do mundo, cumprimentou o galo dizendo:
— Ó meu querido primo, por acaso você ficou sabendo da proclamação
de paz e harmonia universal entre todos os tipos de bichos
da terra, da água e do ar? Acabou essa história de ficar tentando
agarrar os outros para comê-los. Agora vai ser tudo na base do
amor e da amizade. Desça para a gente conversar com calma sobre
as grandes novidades!
O galo, que sabia que não dava para acreditar em nada do que a
raposa dizia, fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. Curiosa,
a raposa quis saber o que ele estava olhando com ar tão preocupado.
— Bem — disse o galo —, acho que estou vendo uma matilha de
cães ali adiante.
— Nesse caso, é melhor eu ir embora — disse a raposa.
— O que é isso, prima? — disse o galo. — Por favor, não vá ainda!
Já estou descendo! Não vá me dizer que está com medo dos
cachorros nesses tempos de paz?!
— Não, não é medo — disse a raposa — mas... e se eles ainda
não estiverem sabendo da proclamação?

MORAL: CUIDADO COM AS AMIZADES MUITO REPENTINAS.

ESOPO. O Galo e a raposa. In: Fábulas de Esopo. 11ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2001. p. 22.

A história se resolveu quando

(A) a raposa foi embora.
(B) a raposa ouviu o galo cantar.
(C) o galo fingiu preocupação.
(D) o galo pediu que a raposa ficasse.










Leia a carta a seguir:

Ângela:
Depois que você foi embora para Ribeirão Preto, eu fiquei um tempão andando pela casa, que nem barata tonta, achando tudo muito sem graça. Cada vez que eu pensava que ia ter que esperar até as outras férias pra brincar outra vez com você, me dava vontade de sair gritando de raiva. Mamãe me deu um picolé pra eu ficar mais contente, mas a raiva era tanta que eu mastiguei toda a ponta do pauzinho, até fazer uma franjinha. Mais tarde a Maria
e a Cláudia vieram me chamar pra brincar. Nós ficamos pulando corda na calçada, e depois sentamos no muro e ficamos brincando de botar apelido nos meninos. O Carlinhos ficou sendo o Carlão sem- sabão. Toda a vez que a mãe dele chama para tomar banho, ele volta logo depois com outra roupa, mas com a mesma cara.
A Cláudia disse que o Carlinhos abre o chuveiro só pra mãe dele ouvir o barulho, mas vai ver ele fica sentado na privada vendo a água correr. Aí troca de roupa, e pronto. A mania do Chico é dizer que um jogo não valeu sempre que ele está perdendo. Então o apelido dele ficou Chico-não-valeu. Não deu pra inventar mais apelido porque os meninos ficaram loucos
da vida, quiseram tomar a corda da gente e começaram a puxar nosso cabelo. No fim cansou, a gente acabou indo todo mundo jogar queimada na casa do Fernando.
Eu voltei pra casa contente da vida, mas quando o Fábio me viu foi dizendo: “Tá tristinha porque a priminha foi embora? Vai ser ruim mexericar sozinha por aí, né?” Ah, Ângela, que raiva! Às vezes dá vontade de trocar esse irmão marmanjo por uma irmã do meu tamanho, como você!
Um beijo da
Marisa

Agora, responda as questões abaixo:

1. Para quem esta carta foi escrita? __________________________________

2. A pessoa que escreveu a carta é adulto ou criança? Explique sua resposta.

_______________________________________________________________________

3. Qual foi o motivo que levou Marisa a escrever esta carta?

_______________________________________________________________________
4. Marisa escreveu em sua carta que mastigou toda a ponta do pauzinho do picolé, até fazer franjinha. Explique porque ela fez isso.

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5. Durante a escrita da carta Mariza participou de três brincadeiras. Quais foram?

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6. Marisa fala de Fábio em sua carta.

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7. Quem é Fábio?

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8. Que idade você acha que ele tem? Por quê?
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